O SNS vai melhorar, os médicos vão trabalhar menos e ganhar mais, os professores vão receber o atrasado, a TAP só vai dar lucro...
O País vai ficar rico e os jovens ficam todos cá; as reformas vão aumentar e os impostos vão baixar.
O SNS vai melhorar, os médicos vão trabalhar menos e ganhar mais, os professores vão receber o atrasado, a TAP só vai dar lucro...
O País vai ficar rico e os jovens ficam todos cá; as reformas vão aumentar e os impostos vão baixar.
Entre a ponte sobre o
caminho de ferro (Santa Apolónia) e a rotunda de acesso à Avenida Coronel
Eduardo Galhardo, a Avenida Mouzinho de Albuquerque tem um equipamento de
limitação da velocidade que beneficia o infractor. Tanto a subir como a descer,
exceder os 50 km/hora provoca passagem do amarelo intermitente a vermelho e,
hoje, quem ali passa diariamente, sabendo assim é, não falta quem aproveite a
deficiência e... acelere, porque sabe que... passa. E quem vem atrás, respeitando a lei, vê a marcha interrompida pelo sinal vermelho, que cai logo que alguém supera o limite da velocidade estipulado para esta artéria.
É um dos expedientes dos chicos-espertos, que
os há, e muitos, nesta cidade e neste país. Mas não é o único. Estacionar em
segunda fila também poderia ser visto como tal, sobretudo quando o condutor sai
do carro, deixa os piscas de advertência ligados — como se isso fosse um pedido
de desculpa — e vai às compras ou simplesmente tomar café. Por vezes, tendo, até,
bem perto, espaço para estacionamento. E se por acaso foi interdito à viatura
que conduz, mal por mal, pelo menos não estancaria momentaneamente o trânsito. Nestes
casos, porém, apelidar tais condutores de chicos-espertos será sempre muito
simpático. Malcriados é o que eles são.
Gente sem civismo é,
porém, o que mais se vê no trânsito citadino e nas estradas nacionais. Diria
mesmo: deixa-me perceber como conduzes, dir-te-ei quem és. A própria viatura
parece dar estatuto a quem o conduz. Se ando num carro com mais de trinta anos –
e tenho um, que utilizo para as minhas pequenas voltas – ouço com frequência: Ó
velhote não podes andar mais depressa! Contudo, com a outra viatura mais
modernas e, digamos, de gama média/alta, já ouvi arrumadores de carros
tratarem-me por engenheiro, doutor e arquitecto. Sou apenas um jornalista reformado.
E se há aquele que não
abdica de conduzir na esquerda como lesma numa parede, não falta também o
apressado ziguezagueando nas vias rápidas citadinas ou nas auto-estradas, pondo
em risco a vida dele e de outros. Uns e outros irritam-me tanto ou mais do que
aquele ou aquela que chegam a uma bicha e se nos dirigem, perguntando: não se
importa que passe à frente, estou com pressa. Mas se esquecem de nos perguntar
primeiro, se não estamos também com pressa. Contudo, mais me irrita ainda ver
agentes da PSP assobiarem para o ar perante as infracções. Vivo em frente a um
supermercado, diante da entrada do qual há uma grade de linhas amarelas, a
qual, segundo o Código da Estrada, delimita uma área onde não se pode passar,
parar e ou estacionar, sob risco de bloqueio. No papel, claro! Na prática, não
vejo nada disso. Pelo contrário, assisto ao, por vezes bem incomodativo
espectáculo de buzinadelas do camião que vem abastecer o supermercado ou da
incomodativa vibração no prédio provocada pelo trabalhar do motor. E quem fazem
os agentes da PSP? Recolhem-se no interior da esquadra ou fingem não ver nem
ouvir.
Chego a acreditar que há
portugueses que, se pudessem, entrariam de carro no supermercado, para fazer as
compras, ou no café, para beber uma cerveja!
O
Campeonato do Mundo de futebol começa, amanhã, em Doha, capital do Catar. Neste
torneio, o mais mediático de todas as grandes competições desportivas deste ano,
participam as selecções nacionais de 32 Estados. Porém, nenhum tão pequeno como
o minúsculo emirado do Golfo, que quer ser gigante a qualquer preço e até à
custa da violação de direitos humanos. O Catar tem estado, por isso mesmo, a
ser alvo de críticas. Justificadas, diga-se, por mais que o presidente da FIFA
venha agora tentar rebatê-las com argumentos que não eliminam as evidências.
Seja
como for, quando a bola começar a rolar, no Estádio Lusail, em Doha, no jogo
inaugural (Catar-Equador), o ritmo e o tom das críticas vai baixar seguramente,
como tem acontecido ao longo da história. Mas isto não significa que o Mundial
não possa nem deva ser aproveitado em prol de boas causas como o combate ao
racismo e à xenofobia, a defesa dos direitos laborais, entre outras, em prol da
tolerância, do entendimento entre os povos e da paz. Em resumo, em defesa dos
direitos humanos.
Os
palcos estão abertos ao mundo, a milhões e milhões de pessoas em todo o
planeta. Queiram e possam público e jornalistas aproveitá-los. Não faltam exemplos demonstrando que os estádios foram, têm sido e podem
continuar a ser palcos de manifestações de contestação a poderes estabelecidos
ou de reivindicações de todo o tipo.
Recorde-se,
a final da Taça de Portugal de 1969, no Estádio Nacional, entre Benfica e
Académica, em que a equipa de Coimbra jogou de faixa branca no braço como sinal
de luto e protesto contra a repressão policial que se abatera sobre a academia.
Neste caso, a política impôs mesmo o seu poder, ao impedir que uma das estrelas
da equipa academista, Artur Jorge, que estava a fazer a tropa em Mafra, fosse
dispensado para poder participar nesse jogo. Motivo: o regime considerava-o o
cabecilha do protesto.
Em
Espanha, durante o regime franquista, o Barcelona, para os catalães, ou o
Atlhetic Club Bilbao, para os bascos, representavam o mesmo tipo de afirmação ante
o Real Madrid, o clube de Franco e de Espanha. Podia-se falar basco ou catalão
nos estádios, o que não era possível noutros lugares públicos. Os dois clubes
eram símbolos da resistência, simultaneamente étnica e política, à tirania.
Veja-se
o caso da Argentina, cuja ditadura militar organizou o Campeonato do Mundo de
1878, seguramente com o objectivo de que o mundo a reconhecesse. A história já
tinha mostrado que a participação com êxito ou a organização de grandes eventos
desportivos como Jogos Olímpicos ou campeonatos do Mundo permitiram por essa
via a legitimação de regimes ditatoriais e autoritários. Entre os piores
exemplos estão o Mundial de 1934, na Itália do ditador fascista, Betino
Mussolini, e os Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, quando à frente da Alemanha
já estava o líder nazi, Adolf Hitler.
Na
Argentina, porém, aconteceu precisamente o contrário. Nunca de modo tão intenso
foi a ditadura militar tão duramente criticada. Os estádios transformaram-se
durante a competição nas maiores concentrações populares, uniu o povo argentino
em torno da sua selecção, de tal modo que o seleccionador nacional, Luís César
Menotti, e vários futebolistas dedicaram a vitória ao povo e não ao país ou ao
regime e, além disso, a imprensa internacional acabou ser veículo de denúncia
das atrocidades cometidas pelos militares. Nas bancadas dos estádios, ouviu-se
com frequência a multidão a gritar: se va acabar, se va acabar, la dictadura
militar!
«O
desporto é uma linguagem universal e, no melhor das suas capacidades, há nele
um poder agregador, unindo as pessoas, quaisquer que sejam a sua origem, meio
social, convicções políticas, crenças religiosas ou a sua situação económica».
A frase é do antigo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e foi
proferida na cerimónia de lançamento do Ano Internacional do Desporto e da
Educação Física, em 2005.
LEMBRANÇA – Fiz quase 3.000 quilómetros de comboio para estar na primeira Festa do Avante, vindo de Berlim (ex-RDA). Sem EP – desconhecia que era preciso comprar com antecedência – já pensava que ficaria à porta da antiga FIL, quando, de repente, vejo diante de mim aquele homem grande de barba, o Adriano, que conhecia de Lisboa e que voltei a reencontrar numa das idas dele ao Festival da Canção Política, em Berlim. E foi com ele que consegui andar no meio daquele mar de gente, bebericando em tudo que era stand com petiscos regionais e um copo. Em boa hora. Por tudo. Acima de tudo, por uma bela amizade, ainda que curta. Mas inesquecível. Oiço emocionado a tua voz cristalina com enorme saudade. Um forte abraço, Adriano, onde quer que estejas.
https://www.youtube.com/watch?v=yPT_Ka0ajOI
Diogo Cardoso Oliveira assina hoje (22/11/2021), no Público, um bem elaborado trabalho sobre o que ele considera a «”mordaça” oculta que cala os futebolistas».
Na base deste trabalho estão regulamentos existentes nos clubes profissionais de futebol e práticas que calam futebolistas e árbitros. Até parece que nuns e noutros o cérebro não existe para pensar nem a boca para falar.
O protesto, já se sabe, é logo punido com um cartão amarelo, mas se o insulto visar a mãe do árbitro o vermelho será de imediato levantado diante do nariz do prevaricador.
Porém, se o protesto ou opinião emitida visar o treinador, as escolhas feitas ou as tácticas e estratégias adoptadas, ou visar também decisões tomadas pela Direcção do clube, o castigo é mais do que certo. E de castigo não se livra igualmente o árbitro que decida criticas ou discordar de decisões e condutas da Direcção da associação ou organismo em que estiver filiado.
Como diz o jornalista do Público, «no futebol, falar não é para todos. No “reino do medo”, com mais mordaças e menos liberdades, jogadores, treinadores e árbitros são castigados quando falam de mais. A liberdade de expressão é um direito ameaçado».
O antigo internacional português, Marco Caneira, com carreira feita em Portugal e no estrangeiro, diz ao Público que lá fora é igual. E acrescenta que só conheceu um caso de um clube onde os capitães debateram o regulamento com o director responsável. «São praticamente iguais, vêm com indicações da UEFA e não fogem muito uns dos outros».
Mas a UEFA é uma entidade de direito privado, pelo que somos levados a pensar que não pode sobrepor-se ao direito da República Portuguesa e de outros Estados. Contudo, pelos vistos, não são só os futebolistas, os treinadores e os árbitros que se calam.
E nem sempre é só a liberdade de expressão que é cortada aos jogadores. Vezes sem conta, os clubes decidem ir também ao bolso dos futebolistas, fazendo cortes nos respectivos salários, como parece ser o caso do Bayern de Munique, para castigar os jogadores que têm recusado a vacina contra a Covid-19. São eles Joshua Kimmich, Serge Gnabry, Jamal Musiala, Eric Maxim Choupo-Moting e Michael Cuisance.
Ninguém
duvida que a ausências desses futebolistas dos treinados e, consequentemente,
dos jogos, por terem de fazer quarentena e de assegurar a cura, causa ou pode
causar sérios prejuízos desportivos e financeiros ao clube, mas será que, num
Estado de direito, como é a Alemanha, pode uma entidade empregadora agir desse
modo sem autorização do tribunal? Não estamos aqui também perante um direito
ameaçado? O direito à expectativa do pagamento da remuneração acordada entre as
partes.
Estou de volta ao meu blog e espero ter mais estórias para contar.
O campeão olímpico de 2016 (contra-relógio) e vencedor da Volta à França em 2018 apanhou um susto que não vai esquecer depressa. Um destes dias, parou para tomar um café, fazendo uma pausa no treino, em Menton (sul de França), e, quando voltou à rua, a bicicleta tinha «voado» sem deixar rasto.
Mesmo assim, a sua máquina de
trabalho foi recuperada rapidamente. «Vejam lá o que apareceu por aqui», escreveu
o corredor britânico da Ineos Granadier no Twitter, legendando uma fotografia,
onde aparece numa esquadra da Gendarmerie, junto de três agentes e a sua
bicicleta Pinarello.
«Quero agradecer todo o
apoio e empenhamento da polícia de Menton, graças à qual este episódio terminou
da melhor maneira», acrescentou Geraint Thomas, sem explicar em que estado
estava a bicicleta.
Foi um dos primeiros grandes jogadores que entrevistei, no regresso a Portugal após os anos de Berlim. A primeira, quando ele começava a evidenciar-se no Sp. Braga. Foi em Apúlia, num dos restaurantes de peixe junto à estrada, creio que «Os Mudos».
A obtenção da segunda foi mais difícil. Desejado pelo FC Porto e pelo Benfica, os concorrente de A BOLA desejavam o mesmo que nós. Valeu aí ele ser o que se imagina de quem tinha a alcunha de «Mula», creio que criada por Quinito, outra grande figura do clube minhoto.
Dito alinhou comigo na proposta que lhe fiz e garantiu que a entrevista seria minha. Como o pai era galego e tinha família na Galiza, eu dei uma notícia falsa, colocando dito em Vigo, e, um dia depois, lá estávamos nós a conversar em Barcelos, sua terra natal, no belo jardim das Barrocas, acho que é assim que se chama, a escassas centenas de metros da viela onde o pai tinha uma tasquinha.
Dito foi para a Luz, mas deixamos de nos ver com a frequência com que o encontrava em Braga. Mesmo assim, ficámos amigos. Meus sentidos pêsames à família.
O SNS vai melhorar, os médicos vão trabalhar menos e ganhar mais, os professores vão receber o atrasado, a TAP só vai dar lucro... O Pa...