quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Vem aí o futuro!

  O SNS vai melhorar, os médicos vão trabalhar menos e ganhar mais, os professores vão receber o atrasado, a TAP só vai dar lucro...

O País vai ficar rico e os jovens ficam todos cá; as reformas vão aumentar e os impostos vão baixar.

Desculpem, era eu a sonhar!

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Deixa-me perceber como conduzes e dir-te-ei quem és

 

Entre a ponte sobre o caminho de ferro (Santa Apolónia) e a rotunda de acesso à Avenida Coronel Eduardo Galhardo, a Avenida Mouzinho de Albuquerque tem um equipamento de limitação da velocidade que beneficia o infractor. Tanto a subir como a descer, exceder os 50 km/hora provoca passagem do amarelo intermitente a vermelho e, hoje, quem ali passa diariamente, sabendo assim é, não falta quem aproveite a deficiência e... acelere, porque sabe que... passa. E quem vem atrás, respeitando a lei, vê a marcha interrompida pelo sinal vermelho, que cai logo que alguém supera o limite da velocidade estipulado para esta artéria.

 É um dos expedientes dos chicos-espertos, que os há, e muitos, nesta cidade e neste país. Mas não é o único. Estacionar em segunda fila também poderia ser visto como tal, sobretudo quando o condutor sai do carro, deixa os piscas de advertência ligados — como se isso fosse um pedido de desculpa — e vai às compras ou simplesmente tomar café. Por vezes, tendo, até, bem perto, espaço para estacionamento. E se por acaso foi interdito à viatura que conduz, mal por mal, pelo menos não estancaria momentaneamente o trânsito. Nestes casos, porém, apelidar tais condutores de chicos-espertos será sempre muito simpático. Malcriados é o que eles são.

Gente sem civismo é, porém, o que mais se vê no trânsito citadino e nas estradas nacionais. Diria mesmo: deixa-me perceber como conduzes, dir-te-ei quem és. A própria viatura parece dar estatuto a quem o conduz. Se ando num carro com mais de trinta anos – e tenho um, que utilizo para as minhas pequenas voltas – ouço com frequência: Ó velhote não podes andar mais depressa! Contudo, com a outra viatura mais modernas e, digamos, de gama média/alta, já ouvi arrumadores de carros tratarem-me por engenheiro, doutor e arquitecto. Sou apenas um jornalista reformado.

E se há aquele que não abdica de conduzir na esquerda como lesma numa parede, não falta também o apressado ziguezagueando nas vias rápidas citadinas ou nas auto-estradas, pondo em risco a vida dele e de outros. Uns e outros irritam-me tanto ou mais do que aquele ou aquela que chegam a uma bicha e se nos dirigem, perguntando: não se importa que passe à frente, estou com pressa. Mas se esquecem de nos perguntar primeiro, se não estamos também com pressa. Contudo, mais me irrita ainda ver agentes da PSP assobiarem para o ar perante as infracções. Vivo em frente a um supermercado, diante da entrada do qual há uma grade de linhas amarelas, a qual, segundo o Código da Estrada, delimita uma área onde não se pode passar, parar e ou estacionar, sob risco de bloqueio. No papel, claro! Na prática, não vejo nada disso. Pelo contrário, assisto ao, por vezes bem incomodativo espectáculo de buzinadelas do camião que vem abastecer o supermercado ou da incomodativa vibração no prédio provocada pelo trabalhar do motor. E quem fazem os agentes da PSP? Recolhem-se no interior da esquadra ou fingem não ver nem ouvir.

Chego a acreditar que há portugueses que, se pudessem, entrariam de carro no supermercado, para fazer as compras, ou no café, para beber uma cerveja!

Vem aí o futuro!

    O SNS vai melhorar, os médicos vão trabalhar menos e ganhar mais, os professores vão receber o atrasado, a TAP só vai dar lucro... O Pa...