domingo, 24 de junho de 2018

Contrastes

Ghazal Ziari/Foto Record
Ghazal Ziari é jornalista e assistiu, na bancada de Imprensa, aos jogos inaugural do Campeonato do Mundo entre a Rússia e a Arábia Saudita. A presença dela naquele local não teria sido sequer notícia, se não fosse o facto de ela ser originária do Irão, país onde devido a uma lei com 40 ano, aprovada na sequência da revolução islâmica, as mulheres estarem proibidas de entrar nos estádios de futebol.

«Já tinha ido ver jogos ao vivo, em particular da minha selecção fora do país. Eu faço a cobertura do futebol internacional e até consigo contornar esse obstáculo, mas tenho colegas, mulheres jornalistas, que trabalham o futebol internacional na Redacção. Claro que o objectivo é que todas nós possamos entrar nos estádios. Este tema, como qualquer outro, tem pessoas de acordo e contra; logo, é preciso tempo para ser resolvido», contou ao Record a enviada-especial do Khabar Varsehi.

Claudia Neumann/Trendsmap
Porém, num país europeu, a Alemanha, onde as mulheres vão ao futebol, de repente os machistas germânicos entendem que uma mulher não pode comentar jogos de futebol. Para o efeito recorreram às redes sociais para manifestar desagrado, nuns casos, e destilarem ódio noutros. A visada, Claudia Neumann, jornalista do ZDF (segundo canal público alemão) de 54 anos, foi mimada com os mais disparatados comentários, em boa parte grosseiros e insultuosos, e fez com que o Editor do Desporto saísse em defesa dela. «Naturalmente, aceitamos todas as críticas, incluindo aos comentadores, mas o que se passou com Claudia Neumann ultrapassou todos os limites», disse Thomas Fuhrmann à spiegel.online. «Ódio, maldade e insulto, isso não podemos tolerar».

Felizmente, não foi só o chefe que saiu a terreiro em defesa da jornalista. Muitos camaradas de profissão, homens, fizeram o mesmo. Felizmente, a jornalista iraniana é vista também como igual pelos seus pares. «Sinto que todos os meus colegas jornalistas me tratam como uma companheira de trabalho e ninguém me julga por ser mulher», disse ainda ao Record. Mesmo assim, como ela deixa entender, há ainda um longo percurso a fazer no Irão, enquanto na Alemanha, pelos vistos, começam a aparecer obstáculos no caminho já percorrido. 

Vem aí o futuro!

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