A BOLA faz hoje 71 anos. Por
isso, comprei. Queria ver o que lá se diz sobre mais este aniversário. Além do
editorial do Director, Vítor Serpa, quatro páginas. As centrais do jornal.
Coisa pouca, digo eu. Sei que não é data redonda e sei que, qualquer um de nós,
comum mortal, também não faz grande festa em todos os dias que completa mais um
ano. Mesmo assim, tenho a certeza de que haveria mais para dizer.
Como diz o Miguel Cardoso Pereira
(MCP), o rosto é importante, mas o corpo também o é – e de que maneira! - e
esse, quer se queira, quer não, é o papel, a raiz que sustenta o grupo. O
online já tem tronco, a televisão também, mas ainda frágil, capaz de tremer ao
primeiro tufão que a atinja. Já as revistas e os suplementos diversos não têm
passado de folhas. Caducas, como se tem visto. Infelizmente.
Mesmo assim, A BOLA resiste. Porque
é uma instituição respeitada, uma instituição que chegou a ser apelidada de
Bíblia, onde um dia entrei pelas mãos de um homem do teatro, o João Lourenço, e
com apoio do Carlos Pinhão, primeiro, e do Homero Serpa, já no dia- a-dia,
depois de o Chefe (Vítor Santos) me ter admitido. Sim, a palavra dele era uma
sentença e fez com que também realizasse um sonho.
Hoje, estou de fora, vejo agora
as coisas com algum distanciamento, mas não desapaixonadamente. Por isso,
reconhecendo, naturalmente, a importância da geração jovem do jornal, para que
ele possa continuar a ter futuro, não posso ignorar que A BOLA «sempre foi um
jornal com História e com memória», como escreveu Vítor Serpa e, nesse sentido,
custou-me ver que a nomes do presente, sobretudo àqueles que em toda a vida só
vestiram uma camisola e cuja dedicação e entrega representam vigas e
traves-mestras da casa, não tenha sido dado voz. Penso no Carlos Rias, no Rogério
Azevedo, no António Simões, no Miguel Correia e não esqueço o Santos Neves, que embora também
já fora da Redacção, foi um dos chefes da transição.
E, meu Caro MCP, porque enunciar
nomes é sempre um risco, lamento que tenham ficado esquecidos outros do Porto e
da Madeira, porque, como sabes, A BOLA não é só Lisboa, nem é só a Redacção. O
sucesso, escreve Vítor Serpa, «foi, é e será conquistado por pessoas. Por
pessoas, em carne e osso. Por pessoas, com conhecimento e saber».
A meu ver, todas são importantes.
Umas mais do que outras, mas são. Contudo, deixam-no de o ser, quando outros
olham para elas apenas como um número. Até em casa pequenas, como A BOLA.
Aproveito para formular votos de longa vida a A BOLA.
Grande texto, Morim. Não sabia que tinhas blogue e vou imediatamente adicioná-lo ao meu. Grande abraço e qualquer dia vou à Póvoa tomar um café contigo, para sorver aquele cheiro a mar, o mesmo mar que banha Leça, mas que é diferente na brisa, no sentimento. Abraço
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