sexta-feira, 24 de junho de 2016

Só podia dar no que deu: Brexit!

Quando a avareza se sobrepõe à partilha, quando o egoísmo vence a solidariedade, quando interesses mesquinhos, a coberto da promessa de um nacionalismo redentor, mobilizam o cidadão, só podia dar no que deu. Quase 52% dos britânicos decidiram-se pelo abandono da União Europeia (UE) e o chamado poder europeu pode estar ferido de morte. Depois do Reino Unido, qua acabará por se desagregar, outros Estados-membros vão querer regressar ao passado e, passo a passo, acabará a própria União Europeia por se desmembrar.

Cada vez mais fica claro que globalização e integração são eufesmismo de uma política de exploração desenfreada de baixos salários e de aniquilação de direitos sociais que os burocratas de Bruxelas vêm pondo em prática sobretudo desde o início dos anos 90 no interesse dos grandes poderes económicos e total desprezo pela vontade popular expressa em votos.

Entre as muitas possíveis consequências do Brexit está, sem dúvida, uma muito provável guinada à direita, aglutinando gente que faz do nacionalismo, do populismo, do racismo e da xenofobia o fermento das suas forças.

A União Europeia são centenas de milhões de pessoas e não números simplesmente. Por mais que certos políticos e burocratas da política invoquem a frieza de cifras em folhas excel não há projecto humanista que possa vingar, se não houver ética e respeito pela dignidade humana. O lucro pode mover uma sociedade, mas não pode ser razão de tudo.


As políticas definidas por Bruxelas são podiam dar no deu: Brexit! E outras saídas se prenunciam já. Se a União Europeia ainda tem salvação, o que duvido muito, muita coisa vai ter de mudar depressa, a começar no respeito pelo cidadão e pelo seu voto. 

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