𝑵𝒐𝒗𝒂 𝒋𝒂𝒏𝒆𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝒐𝒑𝒐𝒓𝒕𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐 𝒇𝒖𝒕𝒆𝒃𝒐𝒍ê𝒔
Vem aí uma
nova época futebolística e, com ela – não é difícil
imaginar – mais uma temporada de futebolês. Até lá, sem deixar de
reconhecer a força e a beleza que o sentido figurado da linguagem podem
transmitir, vou reflectindo sobre coisas que tenho dificuldade em
entender.
Digo isto,
porque nunca vi a flor da relva nem as orelhas da bola, nem nunca
vi alguém rematar para a defesa, mas sim para o golo. Se marca,
ou não, é uma coisa; se o guarda-redes defende e o nega, é outra.
Já agora,
seja-me permitida uma incursão no politiquês para confessar que nunca
percebi por que motivo a oportunidade há-de ter uma janela e não
uma porta, para reconhecer também dificuldade em entender como se pode atacar
uma segunda bola, se as regras do jogo não permitem duas em campo. E já nem
quero falar daquela ideia de o jogador rematar com o pé que tem mais à mão,
nem das bolas longas, que pensei que eram só utilizadas no râguebi,
se é que bola se pode chamar a um autêntico melão!
Estranhíssima
linguagem esta que põe jogadores a bascular. Como?
Se bascular significa fazer rodar sobre um eixo vertical, baixando uma
das extremidades e elevando a outra. Aquilo que fizemos muitas vezes com os
nossos filhos e netos, sentando-nos numa extremidade da tábua e ele ou eles na
outra – em jeito de baloiço de sobe-e-desce – num parque infantil, mas
nunca num campo de futebol.
Lamento não
encontrar o pequeno bloco, no qual, ao longo da época passada, fui anotando erros
e disparates. Assim, enquanto não começa a nova temporada, confesso que já
estou com saudade de ouvir mais umas quantas calinadas, para que póssamos
continuar a rir e fáçamos de conta que está tudo bem. Eu é que gosto
da má-língua.
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