sábado, 18 de junho de 2016

Quem não se sente, não é filho de boa gente

Seleccionador nacional, Fernando Santos (FotoFPF)
O seleccionador nacional saiu em defesa de Cristiano Ronaldo, alvo de críticas após o jogo com a Islândia. Compreende-se. Desde logo, para proteger o jogador, para lhe fazer ver que ele tem toda a protecção no grupo. 

Fernando Santos tentou desvalorizar as críticas e aproveitou a ocasião para tecer ele também críticas ao seleccionador da Islândia, outros elementos do «staff» e até ao público islandês pelo comportamento durante o jogo em relação a Pepe e a Cristiano Ronaldo. 

Disse ele: «quem não se sente, não é filho de boa gente». Tem razão. Mas não inteiramente, quando pretende justificar um comportamento criticável – queria ou não queira vê-lo assim – com outro igualmente criticável. Cristiano Ronaldo é mais do que o melhor jogador da selecção, da Europa e do mundo. Cristiano Ronaldo é hoje uma estrela planetária, um ídolo, inclusivamente idolatrado por muitos. Creio que ele tem consciência disso. Tem de ter. 


O estatuto que alcançou exige, por isso mesmo, comportamento adequado. Frustrado ou zangado com o empate, Cristiano Ronaldo não pode deixar de saudar os apoiantes no final da partida, de lhes agradecer o apoio. Mais, enquanto capitão, deve ser a aglutinar os restantes companheiros de equipa e até os do banco. Muita daquela gente que vai aos estádios em França vai também para vê-lo e espera dele um sorriso, um aceno, um gesto. E entre muita dessa gente – sobretudo entre os nossos compatriotas a trabalhar em França e em países vizinhos – há também quem pense como Fernando Santos: «quem não se sente, não é filho de boa gente».

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