O Mundial de futebol está a chegar ao fim. No domingo se saberá quem é o
novo campeão do mundo, se a surpreendente Croácia ou previsível França.
Não quero, porém, dizer com isto que o árbitro e os seus auxiliares beneficiam ou prejudicam equipas de forma premeditada. Venho apenas constatando que, agora na Rússia, tal como antes em Portugal, ao longo de toda época finda, o VAR só pode ser um auxiliar precioso em determinadas situações que escapem aos olhos do árbitro. Não mais que isso. A decisão continuará a ser tomada por um ser humano e não por uma máquina.
Assim sendo, tanto ou mais do que continuar a investir em tecnologias que possam ajudar o árbitro, importa apostar forte a montante na formação e na educação desportiva do praticante – desde os primeiros pontapés na bola – mas também dos próprios árbitros, dos dirigentes desportivos, até dos jornalistas e do público em geral.
Em Portugal, a força das televisões tem tido, infelizmente, muito peso na (des) educação do público e os restantes media nem sempre ajudam, mas a Liga e a Federação têm igualmente grande responsabilidade neste domínio. O futebol profissional é hoje em dia um espectáculo desportivo e um negócio e é a Liga que tem o dever de promover e defendê-lo no espeito pela ética e os valores que devem dar-lhe forma, enquanto à Federação compete preparar e formar praticantes, árbitros e dirigentes. Sem isso, buscar refúgio na tecnologia significa apenas demitir-se da responsabilidade humana.
O caminho até este dia não foi fácil para qualquer uma destas selecções, sobretudo
para a croata, que, em Moscovo, vai entrar em campo com a carga de três prolongamentos nas
pernas dos seus jogadores. E o onze inicial tem sido quase sempre o mesmo. Contudo, a presença na final é como a camisola de
líder numa competição velocipédica, um estímulo extra, que parece atenuar
fadiga física e mental.
Sem comentários:
Enviar um comentário