quinta-feira, 12 de julho de 2018

O VAR não resolve, só pode ajudar

O Mundial de futebol está a chegar ao fim. No domingo se saberá quem é o novo campeão do mundo, se a surpreendente Croácia ou previsível França.

Como se viu, o caminho destes e das restantes equipas que participaram nesta competição, foi também marcado pela actuação do VAR, nem sempre pelas melhores decisões. Mas viu-se também que o VAR pode ajudar o juiz de campo, mas está longe de resolver todos os problemas com que ele se depara durante o jogo e está, por isso, longe de ser garante de transparência e imparcialidade.

Não quero, porém, dizer com isto que o árbitro e os seus auxiliares beneficiam ou prejudicam equipas de forma premeditada. Venho apenas constatando que, agora na Rússia, tal como antes em Portugal, ao longo de toda época finda, o VAR só pode ser um auxiliar precioso em determinadas situações que escapem aos olhos do árbitro. Não mais que isso. A decisão continuará a ser tomada por um ser humano e não por uma máquina.

Assim sendo, tanto ou mais do que continuar a investir em tecnologias que possam ajudar o árbitro, importa apostar forte a montante na formação e na educação desportiva do praticante – desde os primeiros pontapés na bola – mas também dos próprios árbitros, dos dirigentes desportivos, até dos jornalistas e do público em geral.

Em Portugal, a força das televisões tem tido, infelizmente, muito peso na (des) educação do público e os restantes media nem sempre ajudam, mas a Liga e a Federação têm igualmente grande responsabilidade neste domínio. O futebol profissional é hoje em dia um espectáculo desportivo e um negócio e é a Liga que tem o dever de promover e defendê-lo no espeito pela ética e os valores que devem dar-lhe forma, enquanto à Federação compete preparar e formar praticantes, árbitros e dirigentes. Sem isso, buscar refúgio na tecnologia significa apenas demitir-se da responsabilidade humana.


O caminho até este dia não foi fácil para qualquer uma destas selecções, sobretudo para a croata, que, em Moscovo, vai entrar em campo com a carga de três prolongamentos nas pernas dos seus jogadores. E o onze inicial tem sido quase sempre o mesmo. Contudo, a presença na final é como a camisola de líder numa competição velocipédica, um estímulo extra, que parece atenuar fadiga física e mental.

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