quarta-feira, 23 de março de 2016

A vida humana tem de continuar a valer o mesmo em qualquer parte do mundo

Marcas de uma manhã de terror e horror
Em Março de 2004, sem querer, horrorizei uma camarada espanhola, com a notícia dos atentados de Madrid. Ela estava numa reunião sindical na Hungria, o que eu desconhecia, e saiu da sala para atender o meu telefonema, pensado tratar-se de um qualquer assunto do âmbito da reunião, posto que tínhamos estado alguns anos no Comité Director da Federação Europeia de Jornalistas.
Hoje, de manhã, fui eu apanhado, pela notícia dos atentados de Bruxelas, quando seguia para o aeroporto de Schoenefeld, em Berlim e, de novo, a raiva e a consternação se apoderaram de mim, a par do receio de que algo pudesse visar igualmente a capital alemã.
Uma vez mais, dezenas de vítimas inocentes, milhares se juntarmos os actos hediondos de Nova Iorque, de Londres, de Oslo, de Paris ou de Istambul, que todos os amantes da democracia, da tolerância e da paz não podem deixar de condenar.
Mas, de novo, me vem também à memória as milhares de outras vítimas inocentes de outros continentes causadas por quem despreza vidas humanas em nome de um pretenso ideal, mas que, por nos serem distantes, parecem não causar a mesma dor.
Sinto a dor dos familiares de todas estas vítimas (as de ontem e as de hoje), sinto com elas a mesma revolta, partilho da mesma raiva, mas continuo sem compreender o porquê da menor importância que lhes é dada pelos órgãos de informação, como se essas vidas humanas de países tão distantes, em África, no Médio Oriente, na Ásia ou na América Latina, fossem menos importantes do que as da Europa ou dos Estados Unidos da América.
E não venham falar da lei da proximidade, que eu sou jornalista, e sei que não explica tudo.

Uma vida humana tem de continuar a valer o mesmo em qualquer parte do mundo.

Vem aí o futuro!

    O SNS vai melhorar, os médicos vão trabalhar menos e ganhar mais, os professores vão receber o atrasado, a TAP só vai dar lucro... O Pa...